quarta-feira, março 23, 2011

*JOGOS DOS POVOS INDÍGENAS*


Arco e Flecha
Os povos indígenas usavam muito esse instrumento como arma de guerra. Atualmente, é usado para a caça, pesca e rituais, e tornou-se também uma prática esportiva, sendo disputada entre aldeias e até com não-indígenas. Na maioria das tribos indígenas brasileiras, o arco é feito do caule de uma palmeira chamada tucum, de cor escura, muito encontrada próxima aos rios. O povo Gavião, do Pará o confecciona com a madeira de cor vermelha chamada aruerinha. Os povos do Xingu utilizam o pau-ferro, o aratazeiro, o pau d'arco e o ipê amarelo. Os índios do alto Amazonas usam muito a pupunha, e as tribos da língua tupi são as únicas que, às vezes, utilizam a madeira das palmeiras. O padrão do tamanho do arco obedece à necessidade de seu uso, de acordo com a cultura de cada povo. A prova consiste em ver quem atira mais perto do centro do alvo determinado.

Cabo de guerra


Histórico

Modalidade praticada para medir a força física, o cabo de guerra é muito aceito entre as etnias participantes de todas as edições dos Jogos, como atrativo emocionante, que arranca manifestação da torcida indígena e do público em geral. Permite a demonstração do conjunto de força física e técnica, que cada equipe possui. É uma das provas mais esperadas pelos atletas, pois muitas equipes treinam intensamente em suas aldeias, puxando grandes troncos de árvores. Isso porque, para os indígenas a força física é de suma importância, dando o caráter de destaque e reconhecimento do povo.

Canoagem
Histórico: A canoa é utilizada como meio de transporte e para a pesca, sendo essencial na vida dos índios. Naturalmente, cada povo tem uma maneira para fabricá-la. Os Bakairi utilizam a casca de jatobá. As canoas dos Karajá são mais estreitas que as outras, por serem feitas de um tronco mais fino, atingindo maior velocidade nas águas, difíceis de serem conduzidas. Os povos do Amazonas, como os Munduruku, usam o fogo para fazer a cava no tronco da árvore do Itaúba.

Atletismo (100 metros): Prova: A realização dessa modalidade passou por várias experiências de adaptação para a definição de seu formato. Chegou-se a conclusão da prova de 100 m rasos (masculino e feminino), como ideal para o modelo dos Jogos dos Povos Indígenas. Como experiência, nos I Jogos foi também disputada a prova de 4x100 m e o Salto em Distância. Já nos II Jogos, em Guairá (PR), em 1999, também como experiência, foi realizada a corrida de resistência de média distância em revezamento. Cada equipe indígena participou com dez atletas, revezando-se a cada 1000 m. Além da competição de 100 m, a prova de resistência de 5000 m, disputada por atletas masculinos, já está inserida nos Jogos.

Corrida com tora


Os povos indígenas que praticam essa atividade são os: Krahô, Xerente, e Apinajé do Tocantins, que habitam a região central do Estado de Mato Grosso em várias 11 terras indígenas e os Gavião Parakategê e Kyikatêjê do Pará, Terra Indígena Mãe Maria. Os Kanela e os Krikati, são do estado do Maranhão. Os Kayapó do Pará e do Mato Grosso realizavam semelhante esporte que consistia em carregar e não correr com as toras.

Xikunahity (Futebol de cabeça em flexão de braço no chão) 

Prova: É uma espécie de futebol, em que o chute só pode ser dado usando a cabeça. É um esporte praticado
tradicionalmente pelos povos Paresi, Salumã, Irántxe, Mamaidê e Enawenê-Nawê, de Mato Grosso. É disputado por duas equipes que podem possuir oito, dez ou mais atletas e um capitão. É realizada em campo de terra batida, para que a bola ganhe impulso.

O tamanho do campo é semelhante ao de futebol, e conta com uma linha demarcatória ao centro, que delimita o espaço de cada equipe.

Futebol: Prova: Esporte já inserido no contexto cultural de vários grupos indígenas, sendo unanimidade nos jogos e praticado por atletas femininos e masculinos. As regras são regidas pela Instrução Geral dos Jogos e obedece ao padrão da Confederação Brasileira de Futebol, exceto o tempo de jogo que é de 50 min, divididos em dois tempos de 25 min cada, com intervalo de 10 min.

Histórico: Conforme as tradições culturais desportivas dos povos indígenas no Brasil, há informações de que etnias que desapareceram, praticavam o jogo de bola com os pés. Podemos citar os indígenas habitantes do Alto Xingu, MT, que praticam um esporte semelhante ao futebol, em que a bola é chutada usando somente os joelhos, chamado Katulaiwa, onde a regra se assemelha ao do futebol. Do mesmo modo os Pareci, com o "futebol de cabeça- cabeçobol", e o Xikunahity.

Arremesso de lança: Prova: O Arremesso de Lança é uma prova individual realizada apenas pelos homens. Nos Jogos, a contagem dos pontos é feita de acordo com a distância alcançada, ou seja, vence aquele que atingir maior distância. As lanças são cedidas pela Comissão Técnica de Esporte, e fabricadas de maneira tradicional, usando madeira rústica. A adaptação desse armamento, desde os I Jogos, objetiva a distância e não o alvo.

Luta corporal


Prova: As lutas corporais são realizadas por homens e mulheres e o esporte está inserido na cultura tradicional dos povos que o praticam: os povos indígenas Xinguanos, Bakairi o Huka Huka e os Xavante, de Mato Grosso entre outros povos. Esse esporte foi inserido nos Jogos desde a primeira edição, como apresentação. O desejo de se realizar uma competição de lutas corporais nos Jogos é grande, mas é muito improvável devido à grande diversidade de estilos de luta e técnica. Algumas etnias lutam em pé, outras ajoelhadas no chão, como o Huka Huka. Por isso, fazem-se apenas demonstrações das lutas existentes na cultura indígena brasileira.

Natação
Atualmente a prova é de meia distancia e resistência, realizada em águas abertas, (rios, mares) que está dentro do contexto indígena, é praticada por atletas femininos e masculinos.

Zarabatana
Prova: É uma demonstração individual realizada pelas etnias Matis e Kokama. Na apresentação se posiciona, a 20 ou 30 m do alvo adaptado, uma melancia pendurada em um tripé. A prova consiste em atingir o alvo o maior número de vezes possível. A é uma arma artesanal, semelhante a um cano longo, muito utilizada pelos índios amazônicos para caçar animais e aves, por ser silenciosa e precisa.

Rõkrã

Jogo coletivo tradicional praticado pelo Povo Kayapó do estado do Pará. Jogado em um campo de tamanho semelhante ao do futebol. Se desenvolve entre duas equipes de 10 ou mais atletas de cada lado, onde todos usam uma espécie de borduna (bastão), cujo objetivo é rebater uma pequena bola (coco) que ao ultrapassar a linha de fundo de seu oponente, marca um ponto.

*Resumo dos Jogos dos Povos Indígenas para os alunos da profª Denise Guerra.

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